Você já ouviu falar no mercado livre de energia? Trata-se de um modelo de negociação de energia elétrica que está cada vez mais chamando a atenção das empresas e consumidores. Isso ocorre porque ele oferece mais liberdade do que o chamado mercado cativo, que é a energia elétrica tradicional.
Neste texto, você vai entender um pouco mais sobre esse sistema. Vamos explicar o que é o mercado livre de energia, como ele funciona, suas vantagens, quem pode participar e como fazer a migração. Acompanhe conosco e fique por dentro!
O que é o mercado livre de energia?
No Brasil, o mercado de energia elétrica pode ser dividido em dois setores: o Ambiente de Contratação Regulada (ACR), também chamado de mercado cativo, que é o modelo mais tradicional. Nesse caso, as distribuidoras compram a energia em leilões do governo e a fornecem para as regiões específicas. Os consumidores cativos estão sujeitos às tarifas governamentais e pagam uma taxa mensal variável para utilizar essa energia.
O segundo setor é o Ambiente de Contratação Livre (ACL). O mercado livre de energia é basicamente uma alternativa às tarifas de energia elétrica reguladas pelo governo. Trata-se, portanto, de um ambiente onde a negociação de todos os aspectos é livre. Isso significa que fornecedor, preço, quantidade de energia, período de suprimento e outros fatores são decididos de comum acordo entre o consumidor e a distribuidora em questão.
Por todos esses motivos, o mercado livre oferece diversas vantagens, principalmente o fato de trazer maior variedade e preços mais competitivos para os seus consumidores. No entanto, é preciso atender a certos critérios e tomar medidas antes de fazer a migração para o mercado livre de energia.
Como ele funciona?
Todos sabemos como funciona o mercado cativo de energia, certo? As distribuidoras recebem concessão do governo para operar e estabelecem uma tarifa de consumo que varia de acordo com o consumo realizado e fatores como a época do ano e fases de racionamento.
O mercado livre funciona de forma diferente desse modelo tradicional. Nesse caso, o consumidor firma um contrato bilateral com uma comercializadora ou diretamente com uma geradora, a depender das ofertas em sua região e de sua preferência. O contrato é detalhado e confiável, contendo informações como preço, prazo de fornecimento, forma de pagamento e muito mais. Ele é registrado e monitorado pela Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE), órgão público regulado pela ANEEL.
Uma vantagem do mercado livre de energia elétrica é que o consumidor tem total liberdade de escolha entre as opções oferecidas em sua região. Dessa forma, é possível compará-lo, por exemplo, com fornecedoras de telefonia ou TV a cabo. Entre aquelas que operam em sua região, você pode escolher a que oferece as melhores condições para a sua demanda e, se sentir insatisfeito, pode trocar, desde que as cláusulas do contrato sejam respeitadas.
Ao optar pelo mercado livre, haverá uma redução significativa em sua conta de luz, uma vez que você não estará mais sujeito às bandeiras tarifárias. O único detalhe é que é preciso pagar uma taxa para continuar utilizando o sistema de distribuição do governo, conhecida como “tarifa fio”.
Há dois tipos de energia que você pode comprar no ACL: a incentivada e a convencional. A energia incentivada é aquela produzida a partir de fontes renováveis, como a energia solar, biomassa, eólica ou até mesmo pequenas hidrelétricas. Nesse caso, há incentivo governamental na forma de redução das tarifas do uso do sistema de distribuição.
Já a energia convencional é aquela produzida por grandes hidroelétricas ou termoelétricas. Nesse caso, não há incentivo do governo, e o valor da tarifa fio não é reduzido.
Quais as principais vantagens do mercado livre de energia?
A essa altura, você já deve ter percebido que há inúmeras vantagens em optar pelo mercado livre de energia. Abaixo, enumeramos pelo menos quatro vantagens oferecidas por esse modelo de negócio. Confira:
1 – Liberdade de escolha: a primeira e principal vantagem do mercado livre de energia elétrica é oferecer opções para o consumidor. Ao poder analisar as ofertas, é possível encontrar um custo-benefício que atenda às suas necessidades, garantindo maior eficiência energética para a sua casa ou empresa.
2 – Customização do contrato: outra vantagem é o fato de o contrato ser firmado diretamente pelo consumidor. Isso permite ajustar a demanda de acordo com o volume necessário. É importante, pois empresas com alto consumo de energia muitas vezes têm contas elevadas devido às taxas pensadas para consumos menores. Com esse tipo de contrato, é possível estabelecer relações mais vantajosas para ambas as partes.
3 – Redução de custos e previsibilidade: a ausência de monopólio faz com que as distribuidoras no mercado livre pratiquem preços mais competitivos em suas tarifas. Dessa forma, o custo com energia elétrica é significativamente reduzido, podendo chegar a até 35%. Além disso, como o valor é estabelecido em contrato e válido por todo o período, você fica livre das “surpresas” que frequentemente acontecem no mercado cativo, como aumentos de tarifas.
4 – Sustentabilidade: a preocupação com o planeta é um problema de todos, e é preciso que cada um faça sua parte para reduzir o impacto ambiental. A maioria das empresas que operam no mercado livre são produtoras de energia limpa, e os descontos oferecidos pelo governo fazem com que sejam opções muito procuradas, favorecendo um consumo mais sustentável.
Quem pode entrar no mercado livre de energia?
Em muitos países, o mercado livre de energia está ganhando cada vez mais espaço, chegando até mesmo aos consumidores domésticos. No Brasil, há ainda muitos avanços a serem feitos, e não é qualquer um que pode fazer seus contratos a partir do mercado livre de energia. É preciso atender a certos critérios, e o primeiro deles é que o consumo mínimo de energia mensal deve ser de 500 kW. Quem não atinge essa quantidade não está apto ao mercado livre.