Não é de hoje que encontramos um vasto potencial de economia de energia em diversos setores nacionais, principalmente no comércio e na indústria. Além deles, claro, o setor residencial também está entre os mais intensivos desta área.
Embora não houvesse qualquer tipo de política efetiva quanto à economia de energia até o século passado, em 2000 o governo brasileiro mudou esse cenário. Foi então implementando legalmente o PEE, ou seja, o Programa de Eficiência Energética, regulamentado e supervisionado pela ANEEL (Agência Nacional de Energia Elétrica).
Mas, afinal, o que é PEE exatamente? Como ele funciona? Como ajuda nosso país a crescer e ser mais sustentável? Descubra as respostas para essas perguntas no artigo abaixo.
O Brasil no contexto energético
O Brasil é o maior consumidor individual de energia elétrica de toda a América do Sul, segundo a última pesquisa divulgada pela ABEN (Associação Brasileira de Energia Nuclear), o que corresponde a cerca de 36% do consumo total do continente.
Infelizmente, desde 1990, as emissões de CO2 (dióxido de carbono) provenientes do setor de energia mais que dobraram. Os responsáveis por isso são, em ordem, o petróleo (mais de 60% do valor total de emissões), o carvão e o gás natural.
Certo, mas, o Brasil não possui uma das maiores parcelas de energia renovável do mundo? A resposta é sim. No entanto, essa energia está ameaçada graças às mudanças nos padrões climáticos e ao aumento da demanda, o que sobrecarrega o sistema elétrico do país.
Por conta disso, promover o avanço da eficiência energética como uma espécie de alternativa à produção de combustível fóssil é extremamente importante. Como isso é possível? Vamos compreender melhor descobrindo, a seguir, o que é PEE.
Conhecendo o Programa de Eficiência Energética brasileiro
Embora não seja conhecido por uma boa parcela da população, o Programa de Eficiência Energética é essencial para o país. Mas, o que é PEE exatamente?
Bem, o PEE é regulamentado pela Agência Nacional de Energia Elétrica, a ANEEL, sendo implementado, através das distribuidoras de energia, em todo o território brasileiro. Tal programa é considerado a maior fonte de recursos de eficiência energética do país, com investimentos que passam dos R$ 570 milhões ao ano.
Todos os projetos vinculados ao PEE visam estimular a preservação e o uso consciente de energia elétrica, assim como incentivar o uso de novas tecnologias pelos setores. Além disso, o PEE ainda exige que os 100 fornecedores de eletricidade do mercado gastem 0,5% de sua receita operacional líquida todos os anos em projetos voltados para a eficiência energética.
O que isso representa em números? Um orçamento total de cerca de mais de R$ 740 milhões de reais, transformando o Programa de Eficiência Energética na maior fonte de financiamento para projetos da área no Brasil.
Como funcionam os projetos do PEE?
Agora que já sabemos o que é PEE, é hora de descobrir como esse programa pode ser aprimorado. Afinal, sempre há espaço para tornar o processo mais eficiente e sustentável.
Antes de mais nada, é preciso entender que o Programa de Eficiência Energética nacional funciona através de Chamadas Públicas de Projetos, as famosas CPPs. Mas, o que isso significa? Anualmente, as concessionárias de energia lançam um edital voltado para a seleção de projetos que irão receber os recursos do PEE.
Uma CPP é sempre baseada nas regras do PROPEE, os procedimentos padrões do PEE, voltadas para estabelecer critérios específicos para o processo. Através do PROPEE é possível financiar, por exemplo:
- Instalações de equipamentos;
- Implementação de usinas solares;
- Treinamentos para funcionários;
- Equipamentos básicos do setor, como motores, compressores, entre outros;
- Marketing e propaganda para a empresa.
Também vale lembrar que todo e qualquer projeto apresentado deve fazer parte de uma das categorias abaixo:
- Residencial;
- Poder público;
- Rural;
- Industrial;
- Iluminação pública;
- Serviços públicos no geral;
- Comércio e serviços.
Como tornar o consumo de energia mais eficiente?
Não são apenas as grandes empresas que podem ajudar o país quando o assunto é eficiência energética. Na verdade, a população em geral também deve fazer sua parte nesse processo, principalmente através da utilização de equipamentos mais econômicos.
Um bom exemplo é a utilização de lâmpadas de LED no lugar das antigas lâmpadas incandescentes. Essa troca simples pode significar uma economia de energia de até 90%.
Além disso, é indicado que os consumidores fiquem atentos aos equipamentos adquiridos que dependem do uso de energia elétrica, investindo sempre nos mais econômicos. Para isso, basta observar as informações na embalagem dos produtos ou procurar pelo selo Procel.
Enquanto o Inmetro fornece uma etiqueta com a classificação de cada item, a Procel indica que ele se destaca em eficiência energética.
Compreender o que é PEE e agir em favor dele é também buscar por equipamento mais eficiente, fazendo assim, a diferença para o meio ambiente. Além disso, tal economia oferece vantagens monetárias, significando um valor menor na conta de luz do final do mês.
Mas, como eu posso aplicar isso no meu dia a dia? Simples! Confira algumas dicas abaixo:
- Desligue aparelhos eletrônicos, como televisores e computadores assim que terminar de utilizá-los;
- Evite ficar muito tempo no chuveiro. O ideal é investir em banhos rápidos sempre que possível;
- Faça bom uso da luz solar. Para isso, abra bem portas e janelas e deixe a luz entrar, mantendo lâmpadas desligadas;
- Não deixe as torneiras pingando ou as descargas vazando. Confira esses pontos regularmente;
- Evite abrir a porta da geladeira sem motivo ou apenas “para dar uma olhadinha”;
- Use o seu chuveiro elétrico da maneira indicada, ou seja, na posição “verão” quando estiver quente e na posição “inverno” quando o tempo estiver frio;
- Utilize a opção “timer” em seu televisor, para o caso de acabar pegando no sono enquanto assiste.
Agora que você já sabe exatamente o que é PEE e para que ele serve, que tal começar a seguir as orientações passadas acima? Ser mais sustentável vale a pena, acredite!
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